Por Aline Sant'Ana, Phillipp Gripp e Tatiane Bernardo
Era início de noite quando o professor universitário, jornalista e historiador Juremir Machado começou um bate papo na tenda de Teatro da Feira com o público sobre literatura, história e jornalismo. O jornalista contou curiosidades sobre o seu novo livro “Vozes da Legalidade”, dizendo que a questão que o levou a produzir a obra foi tentar descobrir o porquê Jânio Quadros renunciou.
Juremir levou a conversa com descontração ao revelar momentos cômicos da história, como por exemplo, o desastroso jantar de Jânio antes da sua renúncia. Além disso, ele critica o difícil acesso aos livros pelo seu preço elevado e por considerar livros históricos e acadêmicos como chatos. O escritor defende que a história precisa ser lida, pois ela é a vida, mas ela também precisa ser romanceada para prender a atenção do leitor.
A conversa só não se estendeu ainda mais porque o escritor precisava pegar o ônibus para voltar a Porto Alegre. O bate papo foi encerrado com uma sessão de autógrafos.
ACESSIBILIDADE: Áudio de matéria por Beatriz Wardzinski
A 26ª Feira do Livro de São Borja teve sua abertura oficial na tarde desta quinta-feira, 27. Na cerimônia foram entregues as comendas as homenageados: o patrono Iberê Athayde Teixeira, a escritora homenageada Maria Izabel Scalco, a personalidade literária Alberi Cogo, o homenageada especial Mário Barbará e a homenageada póstuma Otália Pereira, representada na figura do escritor Ramão Aguilar.O grande mote da maioria dos discursos foi a valorização da cultura e o fortalecimento da Feira do Livro de São Borja. Grandes personalidades históricas foram relembradas, como Getúlio Vargas e Leonel Brizola, ressaltando ideais como a melhoria da educação e a valorização da literatura. A cerimônia foi iniciada e finalizada ao som da Banda Municipal, que tocou o Hino Nacional e o Hino São-borjense. A Secretária de Turismo e Cultura, Carmem Iara Corim, ressaltou o valor da Feira e disse que devemos “deixar que a Feira fale por nós”.
ACESSIBILIDADE: Áudio da matéria por Beatriz Wardzinski
Com o objetivo de despertar o gosto pela leitura, o Colégio Estadual São Borja – CESB, trabalha desde o primeiro ano do Curso de Magistério com o Projeto de Contação de Histórias. Este projeto vai além dos limites da sala de aula, e a contação de histórias, há oito anos, faz parte da programação oficial da Feira do Livro de São Borja.
O aluno do segundo ano de Magistério do CESB, Anderson Carbunk, 17 anos, participa a dois anos do projeto, e relata sua importância: “É uma parte bem interessante assim tu fazer um trabalho aqui em sala de aula e depois expor pra sociedade la fora o teu trabalho. É gratificante ver no olhar das crianças, não só das crianças, mas dos pais e professores, que prestigiam nosso trabalho a alegria que a gente transmite pra elas em poucos momentos de felicidade como as contações de historias que são coisas rápidas mas a gente consegue notar esse valor, esse presente que gente ganha dando pra eles também.”
Segundo a coordenadora do curso normal do CESB, Jucelma Schneider, cerca de 50 alunos estão mobilizados na apresentação das histórias: “A base são os livros, então a maioria são historias de livros que a gente monta esse espaço, então a gente tem um diferencial: tem o teatro e tem a contação.”
A aluna da turma 211 do CESB, Marieli Rodrigues, 17 anos, conta que uma das peças apresentadas é de autoria dos colegas: “Essa peça de teatro que nós, foi criação nossa, e é uma coisa que a gente pode sair e dizer que nós da 211 criamos uma peça de teatro.”
Jucelma passa um breve resumo da peça de autoria dos alunos: “Essa do circo que tem feito sucesso, priorizando a leitura, é uma vó e um vô que contam historias pra neta. O vô era um mágico, a vó trabalhava também no circo e daí ela começa a contar como foi que ela conheceu o avô. É uma historia bem cômica, a gente dá bastante risada, pela interpretação dos personagens e passa também uma mensagem essencial para as crianças que é a questão da imaginação.”
Naiara Santos, 17 anos, que interpreta a avó da peça deixa uma mensagem de incentivo a leitura: “A gente tem que cada vez mais puxar pro lado da leitura a gente tem que mostrar pras crianças que é importante ler, mostrar até pros adultos que as vezes eles não tem essa ideia da criatividade que a gente tenta passar.”
A coordenadora Jucelma enfatiza o objetivo das contações: “O pequeno leitor se forma não só lendo mas também ouvindo histórias. Esse sim é o objetivo principal, que a gente sabe que as famílias não lêem mais historias, os pais não lêem, então eles perderam esta essência. Então nos colocamos essa parte prática.”
Na Feira do Livro o estímulo à leitura vai além das barracas recheadas de livros coloridos. Este incentivo também se encontra na contação de historias, que traz os personagens do livro para mais perto do seu leitor.
A biblioteca municipal Getúlio Vargas trás para feira o projeto Banca de Troca, já realizado em 3 edições da Feira do Livro. A agente de biblioteca Cristiane de Quevedo Acosta explica que para fazer a troca basta trazer um livro que já tenha lido, e escolher algum que esteja exposto na stande da biblioteca.
O projeto sessão pipoquinha do GPH Mídia, fez duas apresentações na feira do livro, no primeiro dia, foi exibido o filme “Antes que o Mundo Acabe”, já no segundo dia, foi escolhida uma animação para entreter o público “Como Treinar seu Dragão”, atraindo o público principalmente o público infantil, lotando o espaço reservado para o evento na prefeitura.
O escritor são-borjense Ramão Carmos Rodrigues Aguilar expõe durante a Feira, no espaço do escritor, cerca de 145 livros de autores conterrâneos. Essa é talvez a maior coleção de livros com essa característica aqui em São Borja. Ramão é ativista cultural e participou de diversos seguimentos culturais como Centro Nativista, organização da Ronda de São Pedro e viu nascer a Feira do Livro em São Borja.
Ele começou a escrever para um jornal local e por incentivo de leitores e amigos foi em busca de uma publicação.
O site http://worldartfriends.com lhe ajudou a encontrar a Editora Corpos, de Portugal, quem publicou sua obra em versão impressa e digital. Em um bate papo Ramão falou, entre outros assuntos, sobre como conseguiu editar um livro sem precisar sair de São Borja. Sobre a Feira ele destaca cautela e talvez insegurança dos novos autores de se encontrarem com o público.
Na Feira do Livro do ano passado ele lançou o Identidade Perdida e esse ano ele traz o Revelar-se que já está em sua segunda edição.
Para quem se interessar em adquirir algum desses livros pode acessar o site da Editora Corpos ou entrar em contato com o autor: ramaoaguilar@yahoo.com.br.
Hoje, ainda pela manhã, aconteceu a apresentação do espetáculo Rádio Chulé, idealizado pelo professor César Benites e Sérgio Fleck, ela começou como um projeto de música para crianças e depois virou uma peça teatral. Os atores César Benites e Letícia Schwartz interpretam os personagens Bartolomeu e Vanderlucia, que trabalham na Rádio Chulé, eles cantam e noticiam fatos cômicos, despertando assim a risada no público presente, que são crianças de 03 a 10 anos. Junto com esse projeto, os atores conciliam as aulas, já que ambos são professores. Segundo César, é complexo conciliar as duas profissões por falta de tempo para os ensaios. A Rádio Chulé tem também um CD “No ar a Rádio Chulé! – YKI XX e dois mega-ratos de potência”. Para quem perdeu a apresentação, hoje a tarde às 14 horas tem mais Rádio Chulé no Teatro da Feira. Existe ainda o site do projeto www.radiochule.com.br.
A apresentação teatral “A Dona Joaninha”, do CETIM Neuza Goulart Brizola que estava programada para acontecer ontem, dia 26 de outubro, teve que ser adiada para a manhã de hoje, 27 de outubro. As alunas do CETIM se apresentaram para um grande público infantil.
No período da manhã, foi realizado uma oficina ministrada pela professora Dalva Velasque, funcionária da prefeitura e professora da Escola Olavo Bilac, ela fez uma explanação sobre as novas regras ortográficas que entrarão em vigor em 2012 e distribuiu exercícios para os presentes. A oficina foi aberta para o público em geral, os alunos do Colégio Sagrado Coração de Jesus foram convidados a participar. A professora Dalva disponibilizou no final da oficina um e-mail para esclarecer dúvidas e curiosidades: dabve@hotmail.com.
A contação de histórias foi a primeira apresentação do dia, o grupo já havia participado no primeiro dia da Feira. As crianças assistiram a três peças, “As princesas”, “Tumebune – O vagalume” e “O Circo”, os atores são alunos de duas turmas do primeiro e segundo ano do Ensino Médio Regular do CESB (Colégio Estadual de São Borja). O espetáculo durou cerca de uma hora e o público era formado por crianças de diversas escolas da cidade.
