O editor de livros são borjense, Cezar Brites, 39, será uma das atrações para o terceiro dia de feira com duas palestras: Como nasce um livro” e “Como publicar um livro”.
FI – Como vai ser a palestra “Como nasce um livro”?
CB – Na palestra eu vou contar uma história. A história do livro, mostrarei para as crianças através de vídeos e imagens todo o processo histórico da escrita, desde os pergaminhos até o livro que nós conhecemos nos dias de hoje.
FI – Para a outra palestra “Como publicar um livro” o que tem preparado?
CB – Muita gente escreve poesias e livros e não sabe como fazer com que isso se tornar um livro, não sabe como funciona o processo de publicação. A idéia dessa palestra é explicar como funciona a produção de um livro nos dias de hoje, porque hoje você tem a possibilidade de fazer um livro em casa e tirar todas essas dúvidas sobre publicação de livro.
FI- O que você acha dessa nova tecnologia os E-Books?
CB- Eu acho muito legal essa nova tecnologia, sou um aficionado por livros, gosto de abrir e sentir o papel. Mas ao mesmo tempo sei que não é prático, se eu fosse carregar todos os livros que eu gosto não teria como carregar. Eu comparo assim, nós temos que caminhar e caminhamos, mas em alguns momentos temos a necessidade de correr, mas nem sempre é prático correr. Nem sempre vai ser prático o E-Book assim como nem sempre vai ser prático o livro, tudo vai depender da necessidade e do momento.
FI- Você trabalha a quanto tempo editando livros?
CB- Desde 1995, já faz quinze anos. A minha área de trabalho é a medicina, mas já editei livros na área do direito, filosofia e empresarial.
FI- Como vê o mercado de livros daqui pra frente?
CB- As pessoas gostam de livros, querem comprar, mas o que acontece é que é muito caro. O que acaba por tornar caro o livro é todo o processo, porque o escritor tem que ganhar, o editor, a editora e a livraria consequentemente também. Uma coisa que está tornando o livro mais barato é a venda feita direta pela editora que acaba aumentando a demanda de livros, outra coisa interessante que está surgindo de uns cinco anos pra cá é a impressão por demanda que evita o desperdício e a estocagem. O mercado está mudando com a impressão digital que dimuni os custos. A internet veio pra revolucionar e facilitar o acesso ao livro.
FI- Você acha que o livro de papel vai acabar agora com a invenção do livro digital?
CB- Eu acho que vai ser que nem o vinil. Acabou o vinil? Não, ainda tem gente que gosta e coleciona. O livro digital está ai, porém nunca se escreveu e imprimiu tanto livro como se imprime agora. A gente está no início do processo, vai demorar muitos anos para o livro acabar.
FI- Como nasceu essa vontade de editar livros?
CB- Eu sempre gostei de livros desde pequeno, até os presentes que eu mais ganhava do pai eram livros.
FI- Como funciona aqui na editora, as pessoas te mandam material?
CB- Sim, por dia recebemos um ou dois livros por e-mail de pessoas de todo o Brasil. O que mais tem são livros de contos, romance e poesias. É incrível, todo mundo escreve poesia. Mas a maioria desse material não me interessa por não ser da área que eu trabalho. Eu trabalho com medicina.
FI- Qual o tempo do processo de produção do livro?
CB- Seis meses mais ou menos.
FI- Como é a relação entre o editor e o escritor?
CB- A gente tem algumas dificuldades, por exemplo, tem muitos autores que confiam plenamente no editor ai o trabalho fica bom, porém tem aqueles que não confiam, não querem mudar nada no texto. O papel do editor é mediar entre o autor e o leitor, fazer com que o escritor seja entendido pelo leitor.
FI- Qual a sua expectativa em relação à palestra?
CB- Espero despertar no público presente o interesse pela escrita.